sábado, 21 de fevereiro de 2009

1000 Game Heroes: humor

Na sequência de resenhas do livro 1000 Game Heroes, temos no capítulo três "Funny heroes", as figurinhas que personificam os "comediantes" dos jogos eletrônicos.

A introdução do capítulo é feita por Jason Rubin (1970) – que também atua na área das HQs† – e basicamente conta a trajetória da desenvolvedora de jogos Naughty Dog acerca da peculiaridade de seus produtos: o humor. Citando os títulos Ski Crazed, Keef the Thief, Way of the Warrior, Crash Bandicoot e Jak and Daxter, Jason, em seu texto, parece transparecer a história da equipe em buscar o "tom certo" de humor para seus produtos. Tom esse econtrado em Crash Bandicoot. O acerto repetiu-se em Jak and Daxter, produto que venceu o prêmio "Novo personagem do ano", em 2001, pela Developers Choice Awards.

Veja esboço em relativizar tanto mercadologicamente quanto aos valores do desejo do público sobre os jogos eletrônicos, comparativamente a outras mídias tradicionais:

"À medida que a tecnologia oferece aos criadores a capacidade para ir mais além e competir de igual para igual com outros meios de entretenimento, os jogadores tornam-se mais exigentes e os riscos tornam-se cada vez maiores. Se queremos competir contra filme, televisão e música então teremos que proporcionar o mesmo entretenimento que estes proporcionam quando obtém sucesso e sofrer as mesmas consequências quando enfrentamos falhanços".

É interessante ressaltar que o humor está muito presente na história dos videogames. O que torna essa constante, é a inteligência da própria linguagem do humor. É possível, mesmo em um jogo com temática sóbria por fundamento, dar pitadas de humor em momentos bem pontuais. Em Duke Nuken (1996, 3D Realms), o humor é sarcástico, ácido e malicioso. Trata-se de um jogo de ação, aventura e ficção científica com um herói meio bad boy. Já Indiana Jones and the Fate of Atlantis (1992, Lucas Arts) é mais pastelão e ingênuo, como também cinematográfico, por conta dos diálogos entre o par romântico Indiana e Sophia. É um jogo de aventura animado e quebra-cabeças, mas o humor é constante, assim como nos filmes.

Metal Slug X para Neo Geo, por exemplo, é um game explicitamente caricato e algumas vezes non-sense, mas basicamente um jogo de tiro de plataforma. O mesmo acontece em Parodius (1988, Konami), onde o gênero é o shoot 'em up de nave, mas o humor está em tudo: ele próprio apropria-se do formato da série Gradius, mas põe no caldeirão de piadas vários outros jogos da Konami. Nem os grandes compositores da história da música erudita foram poupados: suas obras foram recriadas em versões cômicas e viraram trilha sonora nos Parodius. Enfim, daria um livro à parte citar sistematicamente todos os títulos, personagens e situações de humor presente no universo dos videogames.

O capítulo "Funny heroes" apresenta iconografia visual dos seguintes jogos: Banjo-Tooie, Crazy Taxi, Fur Fighters, Herdy Gerdy, Jak & Daxter, Kirby, Klonoa, Luigi's Mansion, Oddworld: Munch's Oddysee, Parappa, Samba de Amigo, Space Channel 5, Spyro, Super Monkey Ball, Twinsen e Worms.

Segue depoimento pessoal do colega de grupo Benzaiten, Fernando Salvio, que cita algumas passagens de humor.

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"Street Fighters e suas histórias. Blanka, tem coisa mais tosca que ele? Um monstro perdido no meio da amazônia, procurando sua mamãe, entra num torneio de luta com esse objetivo. Dhalsim, um yogin praticante de ahimsa (não violência) que torra seus inimigos com labaredas de fogo. E. Honda, o gordão que quer provar que o sumô é a melhor arte marcial do mundo.

Outras: Yo! Noid!, um entregador de pizza vestido com orelhas de coelho. Michael Jackson: nem preciso falar muito; seu gritinho antes de cada tela já era hilário.

Metal Gear tem muitas, muitas situações cômicas. No MG4 por exemplo, chega um momento onde seu personagem visita uma fase do Metal Gear Solid e, em determinado momento, era necessário trocar o disco na versao do Playstation 1. Então, no mesmo momento é requisitado a trocar o disco, mas então o Otacon explica e faz um pouco de propaganda da mídia Blu Ray, que cabe muita coisa e que não precisaria mais trocar discos ou coisas do gênero.

I-Ninja (Game Cube, Xbox e Playstation 2) é muito engraçado: quando aciona o poder berserk, o ninja fala 'need kill stuff'! As conversas com o mestre dele também são hilárias e quando você avança rapidamente o texto, o personagem manda o mestre calar a boca ('shhhh').

Jak 3 tem vários momentos impagáveis. No início do jogo um cara passa um sermão na dupla e uma hora diz 'isso ai não é um jogo' e os dois olham pra câmera, é um sarro.

Mario & Luigi Superstar Saga. Tem uma cafeteria no jogo chamada Star Beans Café. Durante o jogo você vai recolhendo feijões (?) e levando para montarem novas receitas. Num determinado momento, o cara afirma que, na verdade só quer as receitas pra poder patentear e ganhar milhões. Brincando com a Starbucks."

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