sábado, 15 de novembro de 2008

Memórias traduzidas



Fazendo uma visita ao site do Moacyr Alves, que é colecionador e também um integrante Benzaiten de bastidores, acabei por passar os olhos na ótima entrevista que deu Ricardo Bittencourt (o "Ricbit"), o que me levou ao seu site, Mundo Bizarro, que é, finalmente, motivo desta.

Passeando pelos tópicos listados na página, não é difícil ficar impressionado (1) com a variedade dos temas, (2) com a inteligência, eloqüência e clareza com que o autor os trata, (3) com um ótimo texto (apesar dos tilts mentais de nós, meros mortais, ao tentar entender seu raciocínio) e/ou (4) com algumas engenhocas tecnológicas das mais diversas, como, sei lá, o Desentortador. Entre estas, de ordem prática, posso destacar a criação do emulador BrMSX e a participação como desenvolvedor do BlueMSX.

Diversões e curiosidades garantidas à parte, mas tecnologia e ciência não é nosso forte aqui, então vou ao ponto e destaco mais um "hobby" do Ricardo: seu interesse em aprender línguas. No tocante aos assuntos da Benzaiten, cito o imenso trabalho de tradução do RPG japonês Knightmare III - Shalom (MSX, Konami, 1987).

A tarefa levou dois anos e não bastou a "mera" tradução ou a adaptação cultural, já que o jogo – e só agora sei disso – tem um humor marcante, então expressões locais não funcionariam em português, exigindo um tanto de pesquisa como também de releitura autoral. Mas também reprogramação parcial do jogo para suportar apresentação dos novos textos. Precisei jogar poucos minutos do início do game traduzido para notar o óbvio: a comunicação escrita, elemento de entendimento do enredo, é fundamental para entender e jogar Shalom, obviamente com sua história desconhecida para a maioria dos usuários menos letrados de MSX.

No site, além deste jogo, Ric trabalhou na tradução de outros produtos, sejam manuais ou introduções de alguns jogos clássicos, especialmente de MSX. Então pra facilitar, estou listando os links diretos para suas respectivas páginas.

domingo, 9 de novembro de 2008

Videogame Arte: conclusão

Nesta postagem comento o capítulo "Conclusão" do livro Videogame Arte, de Arthur Bobany, e os detalhes que fecham o livro. E terminamos como começamos, com a (eterna) tentativa em definir arte. Bobany, então, nos coloca as seguintes questões: arte é definida por sua qualidade ou apuro estético; pela complexidade narrativa, pela facilidade de assimilação ou popularidade das obras perante seu público?

E acrescento às questões do autor, outras mais. Qual é a função da arte? Entreter, ensinar, emocionar? O que a arte quer dizer? Por meio de sua expressão ela deseja nos afetar, seja pelo uso da beleza ou da estranheza? Permitir uma experiência única? Lançar um olhar diferenciado sobre os mais diversos temas, sejam elas pragmáticas ou abstratas? Além disso, tornar-se o próprio meio por qual nos transportamos e viajamos junto com o artista?

A arte tem o poder de nos fazer olhar para si: evoca emoções presas, escondidas, desconhecidas. E nos toca simplesmente por nos fazer perceber isto. Sua liberdade de expressão nos atinge por este olhar único sobre a coisa comum; ou quando nos transporta para o distante. Nos afeta quando sentimos empatia e identificação; mas também nos lança pontos de interrogação ao não determinar explicitamente sua mensagem.

Ela muitas vezes é simplesmente reflexo do que somos, sob infinitas formas. Pense nas mais diversas linguagem artísticas com que teve contato e que, de alguma maneira, afetou seu momento, sua personalidade, sua inteligência, enfim, proporcionou uma experiência. Uma música, um show do seu cantor preferido, uma ópera; uma voz, uma peça de teatro ou aquela performance do seu ator predileto; um comercial, um documentário, aquele filme que dividiu com toda platéia na sala escura; uma ilustração, uma pintura, uma escultura, um edifício; uma poesia, um conto, um livro, um pensamento; uma idéia.

Não há limites para a arte e mesmo agora, enquanto escrevo estes exemplos, penso que não é difícil relacionar os jogos eletrônicos a muitas destas formas de expressão artística, e com o enorme particular, que é a virtualidade e a interatividade.

Ao final do livro temos um glossário dos termos mais específicos e, depois disso, como "fase bônus", fechamos a obra com uma pequena biografia dos autores dos artigos que ilustraram vários capítulos: Daniel Mafra, Esteban Walter Gonzalez Clua, Maria das Graças Chagas e Paulo Marcos Figueiredo de Andrade.

Acompanha o volume um brinde em forma de livreto, de 24 páginas, contendo dois capítulos de leitura à parte: o primeiro entitulado "A arte nos games" e o segundo "Crítica de games". Este bônus é livremente distribuído e pode também ser baixado no formato PDF neste link (1,83 MB).

Segue lista de todas as resenhas, na ordem em que foram publicadas.

Ou utilize o link geral abaixo para visualizar todas as postagens.

sábado, 1 de novembro de 2008

The Outer Rim

Depois de The Protomen e seu álbum The Protomen já quase furado de tanto tocar, marquei um "[x] Sou fã" para a banda The Outer Rim e de seu trabalho de lançamento The Outer Rim.

Categorizada como "banda de improviso" no My Space, The Outer Rim na verdade passeia por vários gêneros: jazz, funk, rock, spiritual, house, mas – por autosugestão ou por influência de seus fãs – parece preferir não delimitar sua arte, mas especialmente fazer com que cada audição atenta seja uma "viagem" ora alucinante e dramática, ora melódica e relaxante.

O álbum, de nove faixas (títulos abaixo) e quase uma hora de duração de excelente música e acabamento – mesmo sendo esse mix de elementos – pra mim tem a levada do jazz na essência. Discorde por favor, mas seus improvisos "jazzísticos" recheiam o precioso trabalho a todo momento.

Assinam a obra os seguintes artistas – juntos, como banda, há mais de dois anos – todos com alguma relação com trilha de jogos: Jeff Curry (baixo), Norihiko Hibino (sax e computador), Hakuei Kim (teclados) e Nobuaki Fujii (percussão). The Outer Rim, o CD, é um álbum inspirado no universo dos jogos eletrônicos, mas não é (totalmente) um remix. Exceto pela primeira faixa "The Outer Rim Remix (Album Version)", esta sim uma releitura do tema de No More Heroes (Wii), o restante são músicas autorais.

O enredo: estamos 100 anos após No More Heroes onde a ciência descobriu a imortalidade, a sociedade pôs de lado a arte e a cultura e as pessoas vivem o quanto querem. Travis Touchdown e Silvia Christal narram o momento de suas vidas onde, vagando em uma nave pelo universo, encontram, maravilhados, uma "caixinha de música" com (...) a própria banda The Outer Rim, que irá, então, fazer performances para o casal, exclusiva e eternamente, no espaço. A dramatização é interpretada pelos artistas Robin Atkin Downes e Paula Tiso, os mesmos que trabalharam na narração do próprio jogo.

1. N.M.H. The Outer Rim Remix (Album Version)
2. The Instant
3. A False Sense Of...
4. Stranger
5. Iyogin
6. Sanctuary
7. Coleman's Cliff
8. Where Are You
9. In Peace

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