terça-feira, 27 de abril de 2010

Futurólogos: joysticks

Na segunda postagem coletiva da série Futurólogos, onde nossos colegas descrevem suas invenções (ou visões, admitem alguns), falemos do tema joysticks. Controle, manche, comando; com fio ou sem; com botão, com muitos botões ou nenhum; enfim, o assunto "joystick" dá algumas alternativas para as formas de manipulação – ou interação – com os diversos mecanismos possíveis dentro dos videogames. Com a palavra, os Benzaitens participantes desta coletiva.

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Alexo Maravalhas – Quem aqui, na frente de um videogame, nunca torceu o pescoço, deu aquela balançada com o corpo, tentou se levantar na cadeira pra "ver melhor" algo na tela ou mesmo sofreu algum espasmo involuntário tentando desviar de algo atirado direto em "sua" direção? Foi pensando na tecnologia 3D para jogos eletrônicos que surge o Wiiculos, um óculos de dupla função: visualizar as imagens tridimensionais e também ser, ele próprio, um joystick de sensor de movimento corporal complementar. Enquanto usa-se os controles convencionais para os comandos gestuais, o Wiiculos adiciona curtos (e limitados) movimentos de ajuste visual, como aquela famosa pescoçada pra ver levemente sobre o objeto à sua frente. É o ajuste fino dos controles para 3D.

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Alderico Leão – Acho que não teremos um manche mais avançado. Acredito que uma tendência para os novos joysticks é seguir a linha da captura de movimento lançadas pelo Wiimote, Project Natal etc., mas não só isso. Deverão ser capazes também de estimular os sentidos dos usuários, numa ampliação e diversificação do já faz o force feedback. Imagino roupas ou acessórios que se firmem no corpo e que possam gerar sensações atenuadas de calor, frio, impacto, vibração, talvez até esforço físico. Não seria uma novidade, mas um aperfeiçoamento.

"Quem compraria um console cujo joystick fosse um apetrecho desses?" Não penso isso como o joystick oficial de um console, mas um acessório à parte, feito para incrementar a imersão em certos jogos. "E haveria mercado para um equipamento específico assim?" Se há para guitarras (Guitar Hero), baterias (Rock Band), tapetes de dança (Dance Dance Revolution), e suit para Wiimote em forma de sabre de luz, acredito que tenha sim. Aliás, esse papo de joystick exclusivo para um gênero de jogo é antigo. Qual terá sido o primeiro controle em forma de volante para jogos caseiros?

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Ila Fox – Nos últimos anos houve uma preocupação exagerada em deixar os jogos realistas demais, sem se preocupar com a jogabilidade. Hoje, percebo que a tendência é investirem na imersão e jogabilidade. Controles diferentes, mais focados em movimentos é o futuro. Não duvido que logo teremos jogos movidos à força da mente também.

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Alexo Maravalhas – Eu curto muito jogos de PC. Independentemente dos games, acho que o mouse teve uma enorme participação na "humanização" dos computadores. Seja pelo efeito gestual, pela ergonomia, agilidade ou precisão, ele veio para mostrar que os computadores não precisam ser tão binários. Mas às vezes o mouse é limitado. A minha futurologia sugere inicialmente dois mouses para melhorar a interação em um jogo: um em cada mão. Cada mouse pode corresponder a um braço de um personagem de primeira pessoa, um jeito novo de interagir no ambiente. Dois mouses podem ter mil e uma utilidades, por exemplo, combinando comandos em jogos de pilotagem (corrida, vôo, espacial etc.), em jogos de plataforma (usando os mouses para movimentar, apontar, visualizar cenários etc.), enfim, dar maior amplitude a todo gênero.

Mas eu visualizo um outro aparato, parecido e talvez mais interessante. Trata-se de uma mesa sensível ao toque; aquelas tablets que já conhecemos, mas com multifunções, assim como uma Reactable em menor escala. Uma dessas funções será o uso da mão inteira para as interações. Imagine que você irá manter sua "mesa" ao lado do teclado, como fica seu mousepad e a utiliza com a mão, realizando toques com todos os dedos, combinações entre eles (movimentos, dedos unidos, gestos de comando etc.) e mesmo partes da mão ou a palma da mão inteira realizará ações distintas. Outras funções da mesa multiuso será o reconhecimento de objetos que toquem ou sejam colocados na sua superfície e não falo apenas da "velha" caneta, mas de qualquer forma para abrir o leque de possibilidades interativas. Óbvio que vale a ideia de duas mesas (ou de um mesão único) para aumentar a multiplicidade dos comandos – inclusive, neste caso, substituindo o teclado.

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Peterson Mayrinck – O futuro à mente pertence. Concordo que (não tão em breve) teremos o uso de tecnologias capazes de captar as nossas ondas cerebrais e transformá-las em comandos nos jogos. Mas enquanto isso não vem, a detecção de movimento – como no Wiimote, Natal e Move – me parece a onda da vez. Isso é óbvio. Então, o que eu imagino que possa acontecer é a mixagem com telas touchscreen. Por exemplo: por que não usar o seu mais novo celular "Sony Touch You" como controle do Playstation 3? Claro, esse celular não existe – mas, creio que seja possível algum que interaja com videogames.

domingo, 11 de abril de 2010

1000 Game Heroes: heróis do futuro

O quarto capítulo do livro 1000 Game Heroes – "Heróis do futuro" – tem breve introdução do editor David Choquet e cita, basicamente, o cyberpunk e de sua estranheza em se tratando de tantos títulos fazendo referência à ficção científica, mas tão poucos terem proximidades com o gênero.

Segundo Choquet, cyberpunk é "o ramo da literatura de ficção científica que se pode julgar mais próximo do entretenimento informático" e cita alguns títulos como Dreamweb, Blade Runner e Deus Ex. Para rápido entendimento, o gênero (subcultura etc.) se baseia em uma realidade "High tech, Low life", ou seja, um alto nível de tecnologia e, ao mesmo tempo (e/ou relacionado a isso), a baixa qualidade de vida, desordem social e a individualidade marginal. Também é notado a presença invasiva do aparato tecnológico ao corpo humano, como bem poderemos ver ilustrado, por exemplo, na série Matrix.

Em outras palavras, em uma menção autocríticas e cruel até, Bruce Sterling, em sua obra Cyberpunk nos Anos 90, define:

"Qualquer coisa que se possa fazer a um rato se pode fazer a um humano. E podemos fazer quase qualquer coisa aos ratos. É duro pensar nisto, mas é a verdade. Isto não mudará com nós cobrindo os olhos. Isto é cyberpunk."

O capítulo "Heroes of the Future", cyberpunk ou não, está ilustrado com arte visual dos seguintes games: Deus Ex, Empire Earth, Final Fantasy, Halo, Jet Set Radio, Mechwarrior, Outtrigger, Phantasy Star Online, Project Eden, Starcraft, Starlancer, Startopia, Unreal, Virtual On, Xenosaga e Zone of Enders.

  • Leia mais sobre o cyberpunk e os videogames no Wikipédia.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Remixanator

Por mais de uma década a Overclocked Remix vem organizando, publicando, mantendo e divulgando material musical criativo de artistas e fãs que desejam homenagear as mais consagradas trilhas sonoras do mundo do videogame.

Mas a tecnologia está presente, a cada dia, inovando o cotidiano das pessoas e por que não, dos artistas também?

Para otimizar o processo de produção, seleção, julgamento, publicação e toda uma série de passos desgastantes, feitos por uma equipe dedicada, além de dispendiosos, enfim, A OC Remix está lançando um produto chamado Remixanator, um software inteligente – baseado na tecnologia Algorithmic Synthesis System – que pode ser o passo adiante no mundo criativo.

A engenharia, acredito uma versão beta, passível de inúmeras melhorias, permite que qualquer pessoa, sem mínimo de conhecimentos teóricos e/ou talento musical, crie seu remix, bastando para isso selecionar, inicialmente, uma das três músicas-base (Chrono Trigger, Final Fantasy ou Sonic), decidir por um dos quatro gêneros disponíveis e, por fim, ajustar efeitos e instrumentação para personalizar sua obra. O resultado é obtido no ato, sem delongas criativas, votações ou grandes custos de hospedagem.

A OCR também avisa que, pelo advento do lançamento da tecnologia Remix Game Music Online, a comunidade não mais estará aceitando envio de material artístico. Os futuros projetos, ou em andamento, também foram cancelados por motivos óbvios.

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