terça-feira, 28 de outubro de 2008

SNES cover art

A arte das caixas dos jogos antigos formaram meu caráter. Talvez seja exagero afirmar isso, mas lembro-me claramente de ficar horas nas locadoras de jogos tentando interpretar os desenhos das caixas e imaginar como era o jogo. Algumas me faziam pensar que o desenhista estava numa viagem de ácido, outras me faziam querer apenas guardar a caixinha e jogar o conteúdo fora.

Desde o início da era 8 bits até o fim da era 16 bits, esse foi o meu maior contato com o mundo da arte. Estou começando com esse post uma série que busca relembrar um pouco essa arte esquecida, quando o produtor pedia ao primo que nunca jogou nada para desenhar a capa.

Super Bomberman

Em 1993 a Hudson portou o game Bomberman do NES para o SNES com diversos adicionais. Um "World map" dava a sensação de que você estava tentando chegar em algum lugar e não somente andando a esmo, explodindo tudo que via na frente. Algumas das músicas mais clássicas da série – que depois foram recauchutadas para a versão de N64 – surgiram nesse título.

A arte da caixa aparenta ser mais um massacre nuclear de bichinhos do que o jogo família que realmente é. Vendo a arte eu imaginava ninjas coloridos de pelúcia trocando sopapos e jogando bolas de metal explosivas uns nos outros.

Contra III - The Alien Wars

Passando por sistemas como NES, Arcade, Playstation e outros, talvez a versão mais memorável da série Contra seja a do SNES. Com uma animação de abertura de cair o queixo e gráficos belíssimos – este que foi um dos primeiros jogos da plataforma – chegou arrebentando com dois brucutus armados e milhares de cyborgs zumbis assassinos do espaço. Esta capa é uma aula de como-incluir-todos-os-inimigos-do-jogo-em-uma-imagem-só. Apesar da população elevada desta arte, o que me chama mais atenção é o nosso companheiro Bill Rizer (o de camisa azul), babando de raiva enquanto é carregado por uma mão azul. Aliás... de quem é aquela mão?

Donkey Kong Country 2

Um grande título de SNES. Sucessor do primeiro jogo da plataforma a utilizar modelos 3D pré-renderizados, este jogo aprendeu com os (poucos) erros do primeiro. Mais mini-games, menos chatice e muito mais bananas! Em uma mesma imagem você pode ver Diddy Kong prestes a ser perfurado por uma espada, Dixie enfiando a mão na boca cheia de dentes de um crocodilo, um pirata armado, um capitão com um gancho maior que a cabeça e o nosso amigo Donkey Kong sendo ignorado pela Convenção de Genebra, tudo isso enquanto os dois personagens principais sorriem alegremente. Bizarro.

5 comentários:

Alexandre Maravalhas disse...

Diga lá, Osni. Legal a proposta, em comentar arte de algumas capas, espero que não só as bizarras!

Uma característica notável em várias capas é realmente a de que o autor da arte parece totalmente distante do universo do jogo em questão. Outras vezes apenas peca no conceito, na composição, técnica ou mesmo comunicação visual.

Imagino que seja um problema desenhar uma capa com liberdade "analógica" a respeito de um produto com limitações "digitais", ou seja, qual a cara de um Pac-man, como se parecem os personagens de um Pitfall, ou como são as naves do Space Invaders. Exageros à parte (da cronologia deste jogos), pode ter acontecido algo similar no Bomberman. Ninja de pelúcia foi boa!

Em Contra e DKC2 é nítido o problema de excesso de elementos. Será que o "departamento de marketing" solicitou tal "profusão" de situações, o que daria uma maior margem quanto às possibilidades do jogo?

Pensa como seria, nesta lógica, uma capa para o Ico ou para Shadow of the Colossus? Seria um banner e não uma capa (risos)! Talvez a menor consistência/segurança em questões de vendas, preferia pecar pelo excesso e "gritando" com as capas do que "arriscando" capas de composição mais madura e limpa.

É aquela história, o silêncio muitas vezes fala mais que o grito. Um bom espaço em branco bem colocado pode dar muito mais margem à imaginação do que um-monte-de-elementos-visuais-apertados-no-mesmo-lugar.

Unknown disse...

Cara, ótima idéia mesmo essa de falar das capas. Me fez lembrar que eu também fazia isso. Escolhia jogos na locadora pela capa. E às vezes eu me frustrava. E coooomo me frustrava...

Por outro lado tem algumas que não sei explicar, sequer entender. Como a de Phalanx. Adoro aquele jogo. acho muito bom mesmo. Mas que capa é aquela??????? Cheguei a ler em um site que é uma das capas mais sem-noção que já foram feitas.

Olha a cara do danado: http://img.photobucket.com/albums/v233/jlcscrackhouse/phalanx.jpg

Ou é muito sem-noção, ou tem um sentido maravilhosamente bem pensado...

Anônimo disse...

Muito legal a sua idéia, gostei. Qualquer dia faço uma série sobre velhas caixas de jogos lá no meu blog, o Gagá Games.

Anônimo disse...

Algumas dessas capas antigas pareciam ter um toque artístico excepcional... Eu adorava porque algumas eram realmente bizarras, e despertavam um pouco a curiosidade e a imaginação...

Unknown disse...

Eu nunca vi um post como esse, analisando a arte de capas de games. Que legal essa idéia!
Gostei demais de vocês abordarem o mundo dos games também sob a ótica da arte e do design. =D

Rebeca

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