quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Video Game Arte: apresentação

A ambigüidade permeia a arte. Ou pelo menos a rodeia! Pois o livro que quero indicar, resumir, comentar, refletir, questionar, enfim – como já faço no 1000 Game Heroes em forma de pequenas resenhas ou postagens interligadas – é o ótimo Video Game Arte, de Arthur Bobany, que começa destacando este pensamento de Theodor Adorno:

"A grandeza de uma obra de arte está fundamentalmente no seu caráter ambígüo, que deixa ao espectador decidir sobre o seu significado".

E esta assertiva é reforçada pelo autor, que já no início do texto de apresentação coloca que a arte deve ser sentida. E continua, afirmando que os jogadores de video game têm apreciado arte sem mesmo o saber conscientemente.

Enquanto há o grupo dos artistas que procura reforçar uma ambigüidade em sua obra, ou mesmo evita rotular-se em um gênero produtivo ou escola tradicional, há o outro grupo interessado em definir arte. Necessidade acadêmica, ou prática que seja, Scott MacCloud (Desvendando os Quadrinhos) nos dá esta:

"Qualquer atividade humana que não se desenvolve a partir dos dois instintos básicos de nossa espécie [sobrevivência e reprodução]".

Definição de grande amplitude e que podemos questionar nos comentários desta postagem. Fato que outras formas de expressão como os quadrinhos ou, no passado, a fotografia ou o cinema da mesma forma sofreram aceitação do universo artístico.

Ainda citando MacCloud, os seis passos que determinam a criação de uma obra de arte:

  • idéia/objetivo;
  • forma;
  • idioma;
  • estrutura;
  • habilidade e
  • superfície.

Introdução

Capítulo primeiro: Bobany afirma que os jogos eletrônicos são, possivelmente, a maior manifestação artística dominante no planeta, com aplicação irrestrita em domicílio, ambiente de trabalho, aparelhos digitais pessoais móveis (telefone, musicais, memórias etc.), que empregam centenas de milhares de desenhistas, músicos, sonoplastas, roteiristas e uma enorme gama de outros especialistas, sendo também esta uma obra produto de um trabalho multidisciplinar.

Nos alerta que, se "os puristas não aceitam jogos como manifestação artística", do outro lado existem os usuários de jogos eletrônicos que, da mesma forma, não desejam ter seu objeto de interação levado para a "enfadonha" esfera da arte, o que demonstra, de ambos os distantes, a manutenção do preconceito.

Jogos eletrônicos são intrinsicamente dependentes de recursos tecnológicos, mais ainda que o próprio cinema – apesar de todo trabalho advindo das ciências humanas, as quais nos interessam aqui. Ficamos, portanto, com a questão: apenas os jogos modernos poderiam ser considerados arte?

Acerca dos estilos visuais, temos aqui três gêneros: os simuladores (buscam se aproximar da realidade), aventura ou infantis (cartum, quadrinho ou animação) e quebra-cabeças/agilidade (abstrato). E uma explanação sobre o termo level design como sendo a atividade de projetar estágios sob os cuidados adequados de estética e funcionalidade, somando-se a isso a criação de uma atmosfera de impressões e sentimentos que este ambiente irá proporcionar e também a elaboração de desafios. Colocações determinantes como esta, aliás, que nos permite fazer um questionamento sobre toda uma gama de atividades que seriam relativas ao design, como o cargo de "game designer", terminologia muito em voga atualmente e função auto-entitulada por desenvolvedores de jogos eletrônicos que, ao meu ver, vem sendo usada em demasia ou equivocadamente. Fato comum, infelizmente, quando falamos de design, que acaba se disseminando como se um sinônimo para qualquer tarefa criativa.

Já encerrando meus comentários sobre o início do livro Video Game Arte, repito a missão e a questão que o autor nos deixa. Uma: os jogos eletrônicos nos permite (e nos lança a) revisar o conceito de arte. Mais do que isso, nos faz refletir sobre a importância da arte na vida do ser humano: por quê precisamos dela?

O artigo "As carreiras no mercado de games", por Paulo Andrade, sobre design, arte, programação e carreira, pontua o final do primeiro capítulo.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Concurso "Crie a capa do novo álbum da banda 8 Bit Instrumental"

Uma notícia para os artistas visuais de plantão.

Pra quem ainda não sabe, sou guitarrista e tecladista da banda 8 Bit Instrumental, formada no final de 2006. Desde a formação da banda até o final de 2007 lançamos dois álbuns e um projeto chamado 8 Bit Plus Edition – todos com releituras de músicas de jogos da segunda e terceira geração de consoles de video game. Temos vários projetos a realizar em 2008 e o primeiro acaba de ser lançado. Trata-se do álbum Mega Man 2 Soundtrack: Beat the 8 Super Robots With 8 Bit Instrumental – que traz 14 faixas com releituras da trilha sonora do jogo Mega Man 2, um clássico da série – juntamente com o concurso "Crie a capa do novo álbum da banda 8 Bit Instrumental".

Em princípio a banda pensou em apenas uma brincadeira na qual as pessoas enviariam os desenhos para a seleção de uma futura capa mas, com o amadurecimento da idéia, a brincadeira acabou tomando uma proporção maior em termo de organização e qualidade.

O corpo de jurados do concurso será composto pelos três colegas de grupo Benzaiten, Alexo Mello, Guilherme Caon e Lucas Haeser e também pelo coordenador da Comunidade Gamecultura, Roger Tavares.

Como incentivo aos participantes, disponibilizaremos um pacote de prêmios ao vencedor contendo: um CD com dedicatória escrita pela banda, uma camiseta da banda, um exemplar do jogo Cave Days da desenvolvedora de games Insolita Studio e uma camiseta da Gamecultura, além, é claro, de muita divulgação junto ao CD.

Qualquer pessoa pode participar. Basta seguir as instruções do regulamento.

Para baixar o álbum completo e conhecer o regulamento do concurso basta visitar o site oficial da banda clicando aqui.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Video game as fine art, por Ravi Sinha

A propósito, feliz ano novo aos nossos leitores!

Hoje venho indicar uma série de três postagens escritas por Ravi Sinha no blog indiano The Angry Pixel. Os artigos, sob o título de "Video games portrayed as fine art", analisam vários jogos sob aspectos artísticos, de inovação criativa, de conteúdo narrativo, entre outros.

A primeira parte selecionou alguns jogos nos trazem uma experiência refinada, com estilo visual único. O segundo artigo não privilegia mais as artes visuais, mas a música, a história e a narração. A postagem final listou alguns jogos que foram marco em determinadas características, seja pela criação de mundos inteiramente novos ou pela imersão em contextos emocionais peculiares.

Os seguintes jogos foram citados nos artigos: God of War, Grim Fandango, I Have No Mouth and I Must Scream, Ico, Jet Set Radio, Okami, Psychonauts, Rez, Sanitarium, Shadow of the Colossus, Super Mario World 2: Yoshi's Island, System Shock 2, The Longest Journey e Zone of the Enders: The 2nd Runner.

Início | Blog | Glossário | Fotografia virtual | Site
Feed: Postagens | Comentários
| Glossário | Fotos | ?
Verbetes indicados com † estão incluídos em nosso glossário