sábado, 30 de setembro de 2006

The Legend of Zelda - Ocarina of Time - Original Soundtrack

Sigo com minha postagem homenageando Zelda, mais especificamente o Ocarina of Time, mais ainda sobre o álbum OST.

Um parênteses. OST, sigla de original soundtrack, é o termo dado a um trabalho originalmente criado para um produto e neste caso falamos da notação musical em si, da composição conceitual, de forma desvinculada da sua execução. Também é usado para anime ou cinema.

Tratando-se da área de jogos, onde a música é parte integrante de um sistema computadorizado, restrito à limitações tecnológicas, a sigla também pode referir-se àquelas originalmente geradas pelo console vigente de um game, em tempo real, durante o andamento do jogo. Neste caso, OST quer indicar o som original do equipamento, mesmo que essa música não seja uma composição original. Esta segunda definição, ao meu ver, pode ser dúbia. Por exemplo, as "OSTs" de Need for Speed Underground (Electronic Arts) são rock, eletrônico, hip-hop, enfim, de bandas conhecidas; a "OST" de Parodius (Konami) são versões caricatas de composições eruditas, e assim por diante.

No caso de Ocarina of Time, o álbum OST vai significar que tanto a composição é original quanto a qualidade das faixas é idêntica à reprodução in-game, ou seja, a experiência sonora é a mesma do jogo.

Voltando ao álbum, Zelda: Ocarina of Time, lançado em 1998 (catálogo PCCG-00475), de composição de Koji Kondo, figura respeitada da cena musical para jogos, para Nintendo 64, é um álbum com 82 faixas (ou mais de uma hora e meia de duração). A música, por se tratar de um console de recursos sonoros de qualidade para sua época, tem um timbre de sonoridade limitada, com muitos momentos que se evidencia o som sintetizado. De qualquer forma, eu sempre gostei muito do som no N64 (como também gostava do Super Nintendo), e realmente a trilha durante o jogo é adorável, e mais do que isso, adequada para tantas as situações e momentos que a longa história desse RPG nos conta e por onde os personagens – e nós! – vivenciamos.

A primeira faixa, por exemplo, é memorável. E isso é resultado da singeleza de sua melodia – delicada, nos transmite paz, enquanto Link cavalga em Epona, e ao fundo o bucólico campo e paisagem de distante vista do jogo. Creio que já um preparo: este jogo é um épico, diria. Mas também por se tratar da tela do título do jogo! Ou seja, insira o cartucho, ligue seu console e deixe a música título tocando! Algumas noites acabei dormindo com ela ao fundo, depois de horas de jogo! Algumas faixas desse álbum são assim mesmo, recorrentes, marcantes.

A música Fairy Flying (faixa 4), graciosa, acompanha o vôo de Navi (a fada, em primeira pessoa, na visão da câmera) passeando pelo vilarejo de Kokiri, até a casa de Link, personagem com quem jogamos. Essa é uma passagem que também tem uma quase "transparente" função, a de oferecer um pequeno panorama, pois apresenta rapidamente um pouco do ambiente inicial do jogo.

Inside Deku Tree (12) é um daqueles ótimos exemplos de faixa-conceitual, que pretente fortemente ambientar o jogador. O suspense é "respirável" aqui. Não dá pra deixar de citar Goron City (33), que também tem muito dessa característica, porém com outra ambientação, a que reflete o aspecto do Rei Darunia. Ao ouvir Zora's Domain (39) tem-se a nítida sensação (no meu caso, uma pós-experiência provavelmente!) do gelo, do frio, da humidade no ar. Afinal, toda trilha sonora não é um álbum conceitual?

Acho engraçado como vários temas de lojas de compras (aquisição de equipamentos etc.) são tão melódicas e embalam. Acho que marketing de vendas chegou à floresta! A faixa Shop (10) é exatamente isso: convidativa.

Hyrule Field Main Theme (19) é uma daquelas faixas com cuidados de composição, pois são muito repetidas durante o jogo, dado que se referem a um local geográfico do universo do jogo onde é ponto central para vários outros. E pela estensão de "chão" a ser percorrido pelo personagem, a faixa deve ser além de agradável, longa, com vários momentos interessantes. Creio que tenha função similar o tema Ocean, do álbum The Legend of Zelda - The Wind Waker - Original Sound Tracks, continuação de um jogo da série Zelda para o Gamecube.

Zelda Ocarina tem uma característica peculiar com relação à interação com música. Como já comentei, Link ganha uma ocarina mágica e durante seu percurso por toda a história irá aprender várias melodias, cada qual com poderes e usos que são chave para o seu avanço. O jogador deve memorizar estas melodias, tocando-as pelo joystick, como se fosse um mini-órgão, sem errar. O álbum, então, possui todas essas pequenas melodias, que são as músicas de efeitos mágicos da ocarina.

Uma das faixas mais tocantes do jogo, pra mim, Great Fairy's Fountain (40), onde novamente entra o design de som: enquanto nosso personagem renova suas energias, a música também nos premia com sua bela melancolia.

Uma curiosidade: por questões de similaridade com uma música islâmica, reclamações de muçulmanos fizeram com que o tema Fire Temple (faixa 61) acabasse sendo modificado posteriormente para uma versão sem os coros (fonte: Wikipédia).

Quero lembrar da Gerudo Valley (68) e incitar o leitor a buscar na internet por versões remix dessa música. São várias e é interessantes vê-las em novas leituras, por vezes bem distintas da original! E chamar atenção para a última faixa, End Credits, com 7' de duração e memórias.

E ao final, inseri a tracklist do álbum, como informação adicional.

01. Title Theme / 02. Enter Ganondorf / 03. Deku Tree / 04. Fairy Flying / 05. House / 06. Kokiri Forest / 07. Open Treasure Box / 08. Item Catch / 09. Small Item Catch / 10. Shop / 11. Battle / 12. Inside the Deku Tree / 13. Boss Battle / 14. Boss Clear / 15. Heart Container Get / 16. Legend of Hyrule / 17. Spiritual Stone Get / 18. Fairy Ocarina Get / 19. Hyrule Field Main Theme / 20. Kepora Gebora' Theme / 21. Market / 22. Shooting Gallery / 23. Hyrule Castle Courtyard / 24. Enter Zelda / 25. Ocarina / 26. Zelda's Theme / 27. Ocarina / 28. Lon Lon Ranch / 29. Mini Game / 30. Kakariko Village / 31. Ocarina / 32. Hyrule Field Morning Theme / 33. Goron City / 34. Ocarina / 35. Lost Woods / 36. Dodongo's Cavern / 37. Middle Boss Battle / 38. Dinosaur Boss Battle / 39. Zora's Domain / 40. Great Fairy's Fountain / 41. Potion Shop / 42. Inside Jabu-Jabu's Belly / 43. Ocarina / 44. Temple of Time / 45. Open Door of Temple of Time / 46. Master Sword / 47. Ganondorf's Theme / 48. Chamber of the Sages / 49. Medal Get Fanfare / 50. Sheik's Theme / 51. Horse Race / 52. Horse Race Goal / 53. Ingo's Theme / 54. Escape from Lon Lon Ranch / 55. Kakariko Village Orchestra Version / 56. Ocarina / 57. Windmill Hut / 58. Minuet of Woods / 59. Forest Temple / 60. Bolero of Fire / 61. Fire Temple / 62. Ice Cavern / 63. Serenade of Water /64. Water Temple / 65. Nocturne of Shadow / 66. Prelude of Light / 67. Shadow Temple / 68. Gerudo Valley / 69. Spirit Temple / 70. Requiem of Spirit / 71. Kotake & Koume's Theme / 72. Meet Again Zelda / 73. Game Over / 74. Ganon's Castle Bridge / 75. Ganon's Castle Underground / 76. Inside Ganon's Castle / 77. Ganondorf Battle / 78. Escape from Ganon's Castle / 79. Last Battle / 80. Seal of Six Sages / 81. Ocarina of Time / 82. End Credits

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Para quem sempre quis jogar um Bemani...

...mas nunca teve vontade de virar o centro das atenções de um fliperama, o Flash Flash Revolution é muito bom. O jogo on-line permite ter uma boa idéia da dinâmica dos Bemanis e, além de tudo, ninguém precisa passar vexame por não saber dançar.

O grande início (ou praticamente)

Inaugurado nosso blog, venho experimentar minha primeira postagem, sobre a qual vou homenagear um jogo marcante, pra mim, especialmente sobre a área que escolhemos como especialidade, a das trilhas sonoras.

Sou Alexandre, mais conhecido por Alexo ("alêcho"), tanto nos canais de internet, quanto por alguns amigos mais antigos, de época de escola (apelidos não escolhemos; ganhamos, aceitamos ou não!). Bem, veja no meu perfil algumas outras referências. Sou um apreciador de trilhas – um mais interessado –, desde, mais especificamente, meados de 2003.

Digo mais interessado, mais assíduo, porque desde "sempre" tive interesse por músicas produzidas em meios eletrônicos (já tive relógio musical da Casio, por exemplo), especialmente em computadores, exatamente pela interatividade que permitem. E digo sempre, pra exagerar a noção de tempo, pois mesmo no meu primeiro computador (um Prologica CP-200s), o som já me instigava – especialmente por este computador originalmente não produzir som!

Ainda na mesma marca de computadores pessoais nacionais, meu modelo seguinte, um CP-400 Color abriu as portas das artes musicais completamente e em alto estilo: permitia 3 canais simulâneos de som sintetizado (apenas quando se "programava" a música em linguagem de máquina, pois em Basic, a linguagem voltada mais para o usuário comum, a limitação era a um canal). Hoje essa descrição parece ridícula, mas mudou fortemente a imersão e a interatividade com a máquina, na época. E já na época dos TRS-Color (o modelo internacional equivalente aos CP-400 nacionais) eu me via gravando músicas de jogos, de demonstrações ou mesmo de puramente músicas reescritas para serem reproduzidas no computador em fitas K7 (que, além de terem a finalidade conhecida por todos, também era a mídia de armazenamento de dados vigente).

Bem, desculpe o momento nostálgico. Parei, até mesmo porque não é o caso aqui de entrarmos nos detalhes do hardware. Volto à minha homenagem, motivo desta postagem inaugural, o belo The Legend of Zelda – Ocarina of Time, para Nintendo 64.

"O grande início", parte do título desta publicação, também refere-se ao desenvolvimento de uma interatividade diferenciada, tornando as batalhas de RPG muito mais dinâmicas, trazendo mais ação para este gênero, antes tido com uma referência mais forte na estratégica. E, no meu conhecimento, esta proposta surgiu na edição "Ocarina of Time", uma seqüência já consagrada, surgida em consoles anteriores. Esta forma de interação foi um dos atrativos a este jogo, pois realmente eu nunca fui um jogador do estilo RPG.

Resumindo um pouco, Zelda para 64, foi o motivo, ou um dos maiores motivos para minha atenção se voltar, ou acentuar, diria, para a produção de trilhas para os jogos modernos. Com Zelda começei a pesquisar e perceber essa cultura, essa arte envolvida nos jogos eletrônicos, um produto que é muito comumente visto sob a ótica tecnicista, fria.

Pelo contrário! O próprio universo do jogo é muito humanizado, mesmo com as limitações do equipamento. Os personagens são carismáticos e expressivos, há uma interrelação cativante entre eles, enfim, há uma série de nuances atmosféricos dos ambientes e situações e, obviamente, a trilha sonora é fundamental na condução dessa imersão. Koji Kondo é o responsável pelo trabalho em Ocarina of Time (onde Link, o herói do jogo, utiliza uma ocarina mágica) – e em edições anteriores de Zelda – como também é admirado pela composição da trilha de Mario Bros., provavelmente o jogo mais popular de todos os tempos.

À Nintendo, aos criadores de Zelda, a Koji Kondo, meus aplausos.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Alguns links interessantes sobre Bemanis II

Os links são realmente pra lá de interessantes. Eu tenho uma curiosidade enorme para entender como nós "separamos" um estilo de música eletrônica do outro, e divido mais ou menos assim: pela velocidade/ritmo/BPM; pela estrutura da música; pela sonoridade dos sintetizadores (eras 303,603,707...); ou pela forma como os vocais (se estiverem presentes) desenvolvem a letra combinados ao resto da música.

Eu tento separar assim nem tanto para dar conta das músicas feitas especificamente para o público da cena eletrônica, mas pra entender como o restante dos ouvintes absorvem as inovações que essa confusão de variações introduz no mercado musical.

As classificações desses sites (nu-italiano, europop etc.) levam em conta a parte eletrônica da música e não a sensação que ela, somada à letra e à melodia, provocam? Um exemplo para a minha questão é o remix drum n'bass de um hit da MPB. Para os DJs, é dnb, mas pra quem ouve o que vale é o estilo original da música?

As remixes são como buracos negros, pois muitas vezes aproveitam um estilo vencido, ultrapassado, de sonoridade retrô, para dar uma nova roupa a uma música atual porém não eletrônica. É como se o velho ficasse novo pela mera atualização de uma parte da melodia.

Enfim, são apenas hipóteses. Eu quero ler com calma as excelentes dicas do Guilherme pra pensar um pouco mais no assunto.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Alguns links interessantes sobre Bemanis

Resolvi começar os meus posts aqui mandando alguns links interessantes para quem gosta das trilhas sonoras dos Bemanis, os jogos de dança feitos pela Konami. Bemani é uma contração de Beat Mania, nome do setor da Konami responsável por jogos musicais, entre eles a linha Dance Dance Revolution (DDR). Não vou escrever muito, até porque já existem artigos excelentes espalhados por aí. Só vou passar alguns links que servem para quem deseja se aprofundar um pouco no assunto.

Antes de mais nada, algumas páginas com informações gerais. Quem pretende colecionar estas trilhas e precisa de uma ajuda para se organizar, ou está interessado em informações mais específicas, pode procurar aqui:

http://en.wikipedia.org/wiki/Bemani
http://www.ddrfreak.com/
http://www.bemanistyle.com/

A maioria das trilhas é composta de música eletrônica, principalmente eurodance, nu-italo e variações do gênero. Conseguir entender a questão de estilos da música eletrônica é tarefa difícil, existem tantas denominações, vertentes e variações que mesmo os clubbers e ravers se confundem fácil. O melhor guia sobre estilos de música eletrônica que eu já vi é o Ishkur´s Guide to Electronic Music, disponível em:

http://www.di.fm/edmguide/#

Lá dá pra aprender muita coisa sobre a evolução dos estilos, com um texto muito bem humorado e informações suficientes para dias de leitura e audição. Aliás, não deixem de ler e escutar o verbete VGM (Video Game Music) e a sua evolução, o casiocore, na aba techno. A Wikipédia também tem alguns verbetes interessantes sobre o assunto:

http://en.wikipedia.org/wiki/Eurodance
http://en.wikipedia.org/wiki/Europop

Não se espante quanto você vir nestes três últimos links músicas e artistas que você dançou em várias festas da adolescência, eu mesmo achei vários. This is the rythm of the night... oh night... oh yes.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Inaugurando o blog Benzaiten

A Benzaiten – deusa japonesa das artes, da dança, da música etc. – empresta seu nome à formação de um grupo brasileiro de entusiastas, colecionadores, apreciadores, profissionais, artistas, amigos e colaboradores, que tenta aqui, explorar, estabelecer e expor a relação das artes aplicadas a produtos eletrônicos e interativos.

Nosso grupo foi criado em 2003, fundado por Alexandre Maravalhas, e tem por objetivo maior, talvez, divulgar ao grande público o trabalho de artistas, designers e criadores envolvidos nas áreas do entretenimento eletrônico.

Mais especificamente, o grupo busca uma especialização nas expressões das áreas da música, ou seja, enfocando as trilhas sonoras desenvolvidas para os jogos eletrônicos. Não atendo-se apenas a esse ramo, o grupo quer evidenciar os valores humanísticos envolvidos nos games modernos, tanto pelo lado do desenvolvimento (profissional ou não), quanto pelo envolvimento pelo usuário no entretenimento, a percepção, a experiência, o afetivo, a cultura.

Ou puramente na apreciação das artes plásticas, visuais e/ou aplicadas, e especialmente as musicais, identificando e apresentando aos leitores um pouco do universo do artístico, do belo ou do conceitual do produto 'entretenimento', no trabalho orgânico e humanizado, enfim, base dos jogos eletrônicos.

Nosso objetivo é mostrar e valorizar o artista e seu trabalho. Este espaço é parte dessa idéia e conta com a colaboração conjunta de vários amigos, colunistas deste blog, que tentarão mostrar uma pequena parte do fascinante mundo dos jogos. Mas especialmente também contamos com a participação ativa de nossos leitores: criticando, sugerindo, acrescentando, participando!

Saiba mais acessando o site da Benzaiten: www.benzaiten.com.br

Seja bem-vindo!

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Grupo Benzaiten

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