terça-feira, 21 de novembro de 2006

Video Games Live - São Paulo

Bem, como é minha primeira postagem, me apresento. Sou Christiano Weirich, programador de computadores e aficcionado pelo universo de video games. Jogo desde que me entendo por gente e até tento me aventurar e criar alguma coisa, ainda sem sucesso. Mas quem sabe um dia...

Formalidades à parte, já estréio em grande estilo, falando a respeito do esperado Video Games Live, que aconteceu em São Paulo na noite deste domingo (19/11), arrastando uma multidão de gamers e fãs de video game music ao Via Funchal.

Logo na entrada, haviam duas muvucas. A primeira, menor, cercava uma área onde um pessoal da Futuro vendia camisetas, CDs e programas para o show. A segunda, bem maior, era composta por uma grande quantidade de gente que se espremia como podia em uma sala apertada para tentar tocar, ouvir, ou ao menos olhar o par de Wiis que estavam no local. Os ávidos gamers puderam conferir ao vivo alguns jogos da linha de lançamento do novo video game da Nintendo. Eu, que não permaneci muito tempo no local devido à alta concentração de gente: vi os caminhões de Excite Truck e o aclamado Zelda: Twilight Princess. Acima, podemos conferir uma singela partida de tênis em Wii Sports. Acredite, leitor, essa visão foi para poucos: dá até para ver o Wiimote, pode se considerar privilegiado.

O show
Agora, ao prato principal. Não sou nenhum conhecedor dos aspectos mais técnicos da música, então não posso falar como um crítico, apenas como um fã, e a minha impressão sobre o show foi qualquer coisa de sensacional. A grande mágica do VGL é usar com maestria a orquestra, o coral e o telão mostrando imagens que ajudam a entrar no espírito que a música pretende evocar. Desde a canção de abertura – um medley de várias músicas da velha-guarda, ilustrando um pouco a evolução dos games em seus primórdios – até o apoteótico encerramento com One Winged Angel, foi possível verificar em vários momentos a platéia emocionada com músicas que lhes traziam não apenas o prazer pela beleza da execução, mas também a lembrança de horas e horas em que estiveram envolvidos com personagens e enredos dos respectivos jogos.

E que jogos! O repertório do VGL é escolhido a dedo, com clássicos como Super Mario Bros., Sonic the Hedgehog, Metal Gear Solid, Castlevania, Warcraft, entre outros. É uma experiência única poder ouvir os temas de jogos que marcaram tanto, tocados ao vivo por uma orquestra e acompanhado por uma platéia que vibra tanto quanto você ao ouvir os primeiros acordes de cada clássico.

Interessante também notar que os dois idealizadores do evento participam ativamente do show. Jack Wall como um carismático maestro e Tommy Tallarico como apresentador e animador do público, com intervenções bem-sucedidas entre algumas músicas. Parabéns a ambos.

Zelda e Final Fantasy
Devido à incrível popularidade que essas duas séries alcançaram junto aos fãs, resolvi destacá-las especialmente. Foram os pontos altos em relação à vibração do público.

Zelda em um grau um pouco menor, mas ainda assim conseguindo levar a audiência ao delírio, com o famoso tema de Koji Kondo muito bem executado. Gostei muito do clipe que foi exibido nesse momento, com as várias caras que Link já teve e momentos importantes dos jogos.

Final Fantasy obteve destaque maior, já que teve temas tocados pela orquestra ao final dos dois atos. No primeiro, ouvimos Liberi Fatali, tema de Final Fantasy VIII; no segundo o já mencionado One Winged Angel, tema da batalha final entre Cloud e Sephiroth em Final Fantasy VII. Uma pena que a Square não tenha autorizado a exibição de imagens de seus jogos, o que com certeza salvou alguns marmanjos de irem às lagrimas. Ainda assim, as duas composições de Nobuo Uematsu foram tocadas primorosamente pela orquestra, com participação brilhante do coral, e atingiram o objetivo de serem os auges de cada ato. Papai Nobuo ficaria orgulhoso.

Martin Leung
Para encerrar, deixei meu momento preferido. O pianista Martin Leung, conhecido como Video Game Pianist, roubou a cena em suas participações. Com suas já famosas execuções dos temas de Super Mario Bros. (com direito a venda nos olhos em uma delas), além da inesquecível música do Tetris do "nintendinho" e uma grande seleção de músicas de Final Fantasy, ele conseguiu levantar a platéia cada vez que apareceu no palco. É impressionante a habilidade e a velocidade que ele demonstra ao piano, por vezes parecendo entrar em uma espécie de transe nos momentos mais empolgantes das músicas. Fico feliz em ver um pianista de talento ganhando a vida apresentando composições para jogos em um concerto que viaja o mundo, e torço para que isso se torne cada vez menos digno de nota.

Queremos VGL no Brasil todo ano
Essa foi a frase de Tommy Tallarico na sua despedida da empolgada platéia que ainda se recuperava da enxurrada de emoções que foi o VGL, e com certeza resume bem o desejo de todo fã de game music, que tenha ou não comparecido ao evento. Só podemos desejar ao VGL uma longa seqüência de sucessos, já que não se resume a apenas um concerto de game music orquestrada, ou a um show multimídia de gráficos espetaculares. O VGL é, acima de tudo, um verdadeiro tributo à obra de tantos excelentes profissionais que engrandecem a indústria de video games e ajudaram a tranformá-la na potência que é hoje.

  • Fotos do evento em SP cedidas pelo colega de blog Lucas Haeser.

7 comentários:

Lucas Haeser disse...

Ótimo texto! Parabéns!
Só pra não dizer que foi tudo perfeito no evento, eles podiam ter melhorado a disposição dos lasers, que algumas vezes vinham na cara das pessoas que estavam na platéia. Outra mancada foi do pessoal da Nintendo, que enfiou os Wiis em um corredor insuportavelmente quente e perdeu a chance de mostrar o novo videogame para quem ainda nem ouviu falar...
Tomara que o VGL volte todo ano mesmo, eu com certeza estarei lá.

Christiano disse...

Valeu, Lucas!
Então, lá de cima o show de lasers esteve maravilhoso, mas eu pensei mesmo que o pessoal lá embaixo devia estar sofrendo um pouco.
Quanto aos Wiis, concordo plenamente, mas aí acho que foi mais uma questão de espaço do local, aquela sala é muito apertada e mal ventilada.
Outra coisa que não gostei foi o fato de terem pouca coisa pra vender. Quem acompanhou a divulgação do evento ficou com uma certa expectativa deles trazerem mais alguns souvenires pro pessoal, e essa expectativa foi frustrada.

Elis disse...

Ae Chris!!! Mto bom o texto, descreve exatamente as sensações de quem esteve presente nakela noite maravilhosa!!! Realmente foi SHOW!!! O que eu acho que pode melhorar para o próximo VGL é o concurso de Cosplay q foi muito fraco e como vc já falou, devem trazer mais coisas para vender!! :)
Parabéns pelo blog!!!

Unknown disse...

Grande Chris,parabens pelo novo desafio e por já ter comecado bem,deve ter sido uma experiencia unica ter acompanhado o VGL e esperamos que volte todos os anos mesmo.
Abração e sucesso
Turra

Anônimo disse...

Deixe testarem bastante as primeiras edições que quando montarem o show em Curitiba, estará perfeito e com a sinfonica do Parana executando as melodias! rs

Anônimo disse...

Seria BEM legal se a Sinfonica do Paraná pudesse executar. =]

E parabéns pelo texto, Chris!

No próximo VGL iremos juntos!!

Grande abraço!

Alexandre Maravalhas disse...

Para o Chris e também quem foi ao evento, que queira responder/discutir. Como a platéia se comportou, na opinião de vocês? [s] alexo

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