sábado, 5 de setembro de 2009

Futurólogos: cenários

Vários dos Benzaitens têm o dom da premonição. Bom, mais ou menos, né? Às vezes enxergamos um futuro possível, viável, coerente; mas muitas vezes, um futuro incerto mesmo, afinal nem Nostradamus foi 100%. Alguns têm bola de cristal, outros jogam tarô, outros têm a visão do terceiro olho (às vezes precisando até de óculos de três lentes), mas o fato é que todos nós sempre temos algumas ideias de como será, como poderia ser ou como gostaríamos que fosse, enfim – tanto tecnológico quanto artisticamente – o futuro dos videogames.

Em "Futurólogos" vamos arriscar alguns palpites para serem conferidos daqui poucos anos – ou mesmo deixados para que novas gerações leiam nas postagens mais caquéticas aqui do blog, confirmem ou zoem a nossa falsa clarividência. Mas tudo bem, não deixa de ser divertida a brincadeira de adivinhação e o exercício de criatividade.

Nesta postagem inaugural, o tema para nossos visionários é: "Cenários de videogames". Como será o seu aspecto visual, qual o conteúdo, qual sua função dentro do game, como afetam o jogador, quais suas interações, como é sua dinâmica? Com a palavra, nossos Benzaitens.

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Osni Jr. – Tamanho é o realismo de alguns jogos de hoje. Não consigo parar de pensar no momento em que iremos confundir realidade com games. Com a introdução de cenários e ambientes virtuais, e cada vez mais interativos, acredito que será obrigatório um tipo de "marca d'água" que indique se o jogador está no mundo real ou virtual. Algo como uma som discreto e contínuo, ou algo mais explícito como um céu com coloração diferente.

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Ila Fox – Acho que todo mundo já sonhou com o dia em que a geração Atari poderá finalmente jogar imersos dentro de cenários virtuais como nos filmes A Cobaia (The Lawnmower Man) e Matrix. Porém minha criatividade não dá conta de imaginar como isso poderia acontecer. Um capacete à la Virtua Boy me parece um tanto démodé para os dias de hoje. Então como isso seria possível? Talvez instalando algum sensor que enviará informações diretamente ao nosso cérebro, enganando-o e fazendo-o pensar que realmente se encontra dentro de algum outro mundo real.

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Alexo Maravalhas – No futuro teremos um sistema aperfeiçoado de monitoramento do planeta Terra que consiste da mistura de leituras feitas por satélites e outros sensores interconectados que completam esta "radiografia" global. Esses dados não se limitarão a imagens fotográficas de alta resolução, mas também leituras das mais diversas, gerando um diversificado sistema de apontamentos sobre o que está acontecendo tanto na superfície quanto sob ela, em tempo real. Assim, como acontece hoje no Google Maps/Earth, teremos à disposição um base de dados que permitirá gerar cenários baseados em informações reais. O clima de uma região acontecerá dentro do game; o horário muda a iluminação geral; a topografia é usada como cenário-base para os jogos serem construídos; as edificações urbanas e as intervenções rurais estarão lá; dados fixos (vias, praças etc.) e dinâmicos de tráfego (acidentes, engarrafamentos etc.) são usados; o tipo e o estado atual da vegetação de um local serão notados, enfim. Assim, o jogo está sempre lendo este banco de dados e mostrando elementos que mimetizam o mundo real.

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André Luiz Oliveira – O jogo apresentará apenas os personagens. Daí, um dispositivo lerá seu cérebro, criando o cenário com o qual o personagem vai interagir. O jogador, então, não jogará com o personagem, mas com o cenário, como em Loco Roco. Porém, o cenário pode se transformar num piscar de olhos (e isso já será uma medida para velocidade lenta). Basta o jogador lembrar que está jogando há 20 horas sem parar que o cenário vai se transformar num saudável pão com presunto fazendo o personagem interagir com ele. Dependendo do jogo só não rola lembrar de sua namorada/noiva/esposa: sabe-se lá que tipo de interação o personagem vai querer.

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Alexo Maravalhas – Alguns jogos vão permitir que o usuário decida sobre qual a estética do cenário quer jogar. Essa escolha será feita no início da carreira e assim vai até o fim. Como opções, teremos alguns estilos das artes plásticas como impressionismo (pincelado), minimalismo (quase um "visual 8 bits"), surrealismo (viajado), art noveau (floral), construtivista (geométrico) e por aí vai. O game em si não muda, apenas o seu aspecto geral, o clima, focado no cenário, mas que também pode afetar o estilo de outros elementos como a linguagem verbal, a tipografia ou a trilha sonora. Podia ter uma opção de marcar: "[x] Experiência lisérgica: ligada" pra dar uns efeitos em cima. E obviamente a opção "[x] Desligar artes plásticas" simplesmente mostraria o cenário natural, ou seja, fotorrealístico.

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Osni Jr. – Hoje já temos algumas poucas experiências com realidade aumentada, mas um dia poderemos usufruir completamente desse tipo de mídia. Andaremos pela rua com óculos especiais (ou um projetor holográfico flutuando do nosso lado) que criará ilusões baseadas nos cenários reais. Ia ficar parecido com aquelas propagandas psicodélicas de achocolatado que passam na televisão.

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Alexo Maravalhas – Nos jogos de guerra de primeira pessoa do futuro, todos os jogadores do mundo são conectados no mesmo serviço on-line. Então há um status global e tudo que for destruído no cenário – edificações, natureza, veículos, equipamento etc. – permanece assim pra sempre, pra todos os jogadores. Então resguardar um recurso será tão importante quanto destruir, de forma tornar a guerra "sustentável". Um verdadeiro Mad Max 3 dentro do jogo.

5 comentários:

Alexandre Maravalhas disse...

Sobre a primeira ideia do Osni, fiquei imaginando um dispositivo tipo "desligar" como se tem na hipnose. E a segunda, é verdade. Eu andei pensando também na realidade aumentada. Hoje temos alguns estudos desenvolvidos nessa área e até algumas coisas concretas já vindo para a área dos jogos comerciais. Ou seja, o cenário pode ser o nosso próprio, filmado e inserido de alguma forma no digital.

Juunin disse...

Caraaaaca! Viajei na última idéia do Alexo! Tipo, uma Matrix voltada para a guerra! No filme, a porrada come solta fora da realidade virtual mas nessa idéia do Alexo ia ser um tipo de "guerra segura". Tô começando a desenvolver já... qdo ficar pronto posto aqui! =D

Ila Fox disse...

Se as pessoas já tem o péssimo habito de fugir do mundo real. Imagine se este mundo virtual fosse tão consistente quanto a realidade. Muitas pessoas seriam encontradas mortas de inanição enquanto estavam jogando, se esquecendo de se alimentar.

Outra coisa que me intriga seria os p0rn que rolaria nesta tal realidade virtual... O_o

K disse...

Gente, tão de parabéns, curti muito a idéia e esse primeiro post. Espero conseguir participar do próximo ^^

Adorei todas as idéias, e viajei muito na última do Alexo. Isso de um único servidor e recursos destruídos não retornarem funcionaria bem até em jogos com a tecnologia atual, e me pergunto se já não tem algo parecido por aí. É uma coisa que me incomoda em MMORPG.. eu vou lá, conquisto o castelo, tem um tempo, ele reseta, os inimigos tomam, você vai lá, toma de novo D: é tudo reciclado demais. Gostaria de ter essa sensação de "já era, perdeu e não volta mais", acho que ia ser motivador pra caramba. A partir do momento em que os recursos se esgotassem, o jogo poderia ser "resetado". Mas não antes disso. *viaja* :D

:***

Unknown disse...

Estava lendo e reparando como as previsões tendem em aproximar o jogo da realidade. Cenários reais, sensação real de imerção, destruição real.

Outra tendência que percebi foi ao livre arbítrio. A escolha individualizada.

Ficando só nessas duas, já imaginaram a sua junção? O jogo real regido pelo livre arbítrio? Caos! Lógico. hUhauHauHAuHau E pra não entrar no caos alguém iria sugerir uma organização política dentro do jogo. E daí... Bom... HauHuHAuHauhU Daí sim estaria pertinho da realidade. Iria se tornar, realmente, um saco. huahuah

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