domingo, 18 de outubro de 2009

Splinter Cell - Chaos Theory - Soundtrack

  • Álbum: Splinter Cell - Chaos Theory - Soundtrack
  • Composição e produção: Amon Tobin
  • Tempo: 10 faixas em 48'16"
  • Catálogo: ZENCD100
  • Publicado por: Ninja Tune (2005)

O que falar da trilha do terceiro Splinter Cell? Bem, Splinter Cell - Chaos Theory - Soundtrack é aquele "típico" trabalho que impressiona, envolve e mostra a sua qualidade desde o início da sua primeira faixa. Você notará o baixo ágil e saliente e uma percussão nervosa, ou seja, essencialmente drum 'n' bass. A trilha como um todo puxa para o eletrônico, para o sintético, que na verdade é recheado de elementos orgânicos.

Quem assina a obra é o brasileiro Amon Adonai Santos de Araújo Tobin (1972), o Amon Tobin, que também é produtor. Para o trabalho, Amon contratou uma série de músicos, o que explica o sabor conseguido da mistura dos sons eletrônicos com a instrumentação real. Abaixo, os artistas e sua participação:

  • Amon Tobin: produção, arranjo e eletrônicos
  • Massimo Modugno: órgão Hammond
  • Umberto Modugno: Mellotron
  • Fausto Bava: bateria
  • Canhoto Philharmonic Orchestra: cordas
  • Giuseppe Guerra: bateria
  • Kawaguchiko National Junior Choir: vocais
  • Dominico Lenzi: pianos
  • Fabio Lenzi: guitarra
  • Eiji Myake: flauta
  • Salvatore "El Matador" Pennacchio: pandeiro e conselheiro espiritual
  • Alfonso "El Jeffe Fragante" Testi: regente
  • Juan Luis Verdi: percussão

A primeira faixa, The Lighthouse, começa denso e obscuro, que é logo quebrado pela energia do baixo e que também acaba fazendo a função de criar a melodia-tema. As cordas criam suspense tanto no uso dos sons graves e profundos quanto nos agudos em tremolo. Essa atmosfera sombria permeia todo o álbum e que, aliás, também está muito bem representado no desenho da capa: as três luzes verdes emblemáticas, que isoladas se tornam abstratas e beiram ao terror quando reforçadas pelo sangue escorrido. A percussão entra mais ao final da música e mostra a que veio: simplesmente espetacular e sempre cercada de um sem-número de efeitos, dos mais diversos, conseguidos por instrumentos ou sintéticos, criando ao mesmo tempo tensão, ritmo e energia.

Ruthless também inicia densa e segue com ritmos mais ordenados, um baixo contínuo e incisivo e novamente percussão em solos arrebatadores. Ruthless ganha uma releitura mais comedida na faixa 7: Ruthless (Reprise). Em mais um suspense, Theme From Battery, dessa vez industrial, um tanto sinistra e abusando do caldo de efeitos sonoros. A faixa 4, Kokubo Sosho Stealth, também com toques industriais é similar, mas pontua uma percussão quase militaresca – mas muito característico do jungle – somente em alguns momentos.

El Cargo (faixa 5) entra solando com uma guitarra peculiar, avança para ritmo mediano e é encorpada após os 2'40". A faixa 6, Displaced, cria um fraseamento incrível de instrumentos de corda, minimalistas, envolvidos com efeitos crescentes e ritmados. Arrisco a dizer que usaram um berimbau aqui.

Kokubo Sosho Battle, na faixa 8, é mais caótica e os ritmos são mais picotados. Seguida pela Hokkaido, que é "apenas" obscura até a metade, mas também cresce em ritmo e volume, pontuando misteriosas cordas graves no final. E fechamos com The Clean Up, a mais longa, com 7' de duração, que segue quase dois minutos de puro suspense (e que me fazem lembrar um pouco a trilha de Silent Hill) mas que, como todas, cresce com a entrada da percussão, muitos efeitos envolventes e pinceladas marcantes de flauta.

Uma trilha com muita maturidade, edição e acabamento fantásticos, sonoridade rica em detalhes, sofisticada, envolvente e empolgante, Amon Tobin e seus músicos realizaram aqui um espetacular trabalho para a Ubisoft. O CD também ganhou uma versão no formato 5.1 o que me deixa muito curioso em ver como ficou a obra numa ambientação tridimensional!

No tocador acima, você pode ouvir uma demonstração com trechos das faixas The Lighthouse (até 0'50"), Ruthless (até 1'40") e Kokubo Sosho Stealth (até 3'17"), e abaixo a lista das músicas do álbum.

01. The Lighthouse
02. Ruthless
03. Theme from Battery
04. Kokubo Sosho Stealth
05. El Cargo
06. Displaced
07. Ruthless (Reprise)
08. Kokubo Sosho Battle
09. Hokkaido
10. The Clean Up

2 comentários:

Anônimo disse...

Alexo, eu não fazia a MENOR ideia que um brasileiro havia criado a trilha do Chaos Theory. Do que ouvi das amostras achei bem curioso e incomum o trabalho. Vou procurar pelas músicas.

- Alexei

Alexandre Maravalhas disse...

É, maestro, veja você. Ainda dá pra gente se impressionar nessa área de vez em quando, vendo um brazuca atuando, mesmo que lá fora.

Volta e meia eu me pego batucando a trilha na cabeça. Procure ver, gostei muito e achei muito apropriada, embora nunca tenha jogado Splinter Cell, mas sempre fui curioso em ver como é. Lembro que algumas imagens me impressionaram muito quando saiu o primeiro, mas pra variar, não tinha máquina pra rodar, aí ficou velho.

Abraço.

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