segunda-feira, 28 de abril de 2008

Halotography

Fotografias virtuais de Halo 3 tiradas por joshuadamon. A pós-produção das fotos tornou tudo muito interessante. Confira a galeria completa no Flickr.

Fonte: Wonderland

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8 comentários:

Alexandre Maravalhas disse...

Fantástica as fotos. Eu não tenho agora imagens originais do jogo aqui comigo, então sem esse antes-e-depois pra comparar, fica vago o que foi feito nas imagens pra mim. De qualquer forma, em especial as brincadeiras com a redução da profundidade de campo (algumas 'falsas', localizadas, que seriam feitas com filtros), estão dando uma plasticidade especial as cenas. Também alguns efeitos de "motion blur" deram uma dinâmica especial a elas. Muito bom!

Engraçado como algumas cenas estão fotos macro de brinquedo; algumas de dobradura! :)

Lucas Haeser disse...

Seria interessante ter um passo-a-passo de como o artista fez essas imagens, assim saberíamos quanto da imagem é originário do jogo e quanto é mérito do cara.

Alexandre Maravalhas disse...

É verdade! Particularmente fico mais curioso em saber como eram as imagens originais "fotografadas" do jogo do que o processo de edição eletrônica. Mas de repente estragaria um pouco do valor das obras acabadas mostrar coisas de bastidores.

Outra coisa, as fotos estão altamente inspiradoras, então é tentador fazer versões de nossas próprias fotos, de nossos jogos, inspirados nessa série, óbvio que mesmo que conseguindo uma qualidade de acabamento parecido, já seria "cópia".

É parabéns duplo! Pelo menos eu não conhecia fotos pós-acabadas assim.

Lucas Haeser disse...

Há pelo menos duas questões interessantes aqui. Uma já deve ser discutida por fotógrafos faz tempo: é válido manipular digitalmente a imagem fotografada, ou o registro do momento deve permanecer intocável?

Outra questão é se existe fotografia quando se faz uma "dupla representação", ou seja, se fotografar um ambiente que por si só já representa uma realidade também pode ser chamado de fotografia. Uma foto de uma foto tem algum valor artístico?

Alexandre Maravalhas disse...

Imagino que algum nível, mínimo, de manipulação já deve ser admitida pelo fotógrafo mais purista. É inevitável e até incoerente, hoje em dia, o profissional fotográfico que não faz algum tipo de manipulação, pelo menos corretiva.

Nas minhas fotos virtuais eu faço uma edição mínima, apenas ajustando um pouco os níveis da imagem, de uma forma que o momento real praticamente não é alterado. Agora nas fotos do Halo, a edição parece bem invasiva, algumas parecem modificar totalmente a imagem inicial.

É uma questão maior pra debate, pelos especialistas da área, mas e acho que quando a manipulação é explícita (no resultado ou de outra forma), ela é válida sim como expressão.

Outra forma de se pensar poderia ser: quanto da imagem original foi modificada ("perdida") no resultado editado? Esse 'quanto' poderia significar maior ou menor valor artístico fotográfico.

A sua segunda questão eu não entendi direito! Porque penso que ao registrar a imagem, há ali uma intenção, uma expressão particular, uma forma, uma técnica etc. Uma foto de foto literalmente seria um plágio, ou seja, não existe ali, praticamente, a expressão autoral (do segundo fotógrafo).

Este seria exemplo extremo (foto de foto), mas podemos transportar a idéia para outros assuntos. Quanto de arte fotográfica existe em uma foto de uma escultura? Era isso?

Lucas Haeser disse...

O que escrevi ficou um pouco confuso mesmo, deixa eu explicar de outra forma...

Uma fotografia pode ser considerada uma "representação" da realidade. Uma visão pessoal do fotógrafo sobre certo lugar, fato ou tema.

Um ambiente virtual também é uma representação, é uma "cópia" da realidade (na visão de quem o criou).

Dito isso, uma foto tirada dentro de um ambiente virtual é uma representação de outra representação. E não uma representação da realidade. (E foi isso que eu quis dizer antes com a expressão "dupla representação").

O cenário de tirar o fôlego que você parou para fotografar dentro de um jogo foi programado para parecer maravilhoso. Ele POR SI MESMO já é uma "representação" criada pelos artistas e desenvolvedores. O próprio ambiente virtual já é uma obra de grande valor artístico.

Por isso a comparação com tirar uma foto de uma outra foto (ou de um quadro, ou de uma escultura como você falou).

Se a fotografia é um registro da realidade, a fotografia virtual seria o registro de um registro da realidade? hehehehe

A colher existe? =)

Alexandre Maravalhas disse...

O pior é que, aqui pra discussão, eu tou achando (já tinha entendido sua questão, então) que a colher pode ou não existir! Tóin... Quero dizer que acho que existem as duas situações: uma, a que concordo com você no sentido de um cenário ser previamente armado para ser belo, sob circunstâncias mais ou menos previstas (exemplo: ângulos de vista comuns). Veja por exemplo algumas fotos do Half-Life 2 que fiz onde há um belo pôr-do-sol, nitidamente pensado para o personagem o ver daquele jeito e que, com certeza, não vai passar despercebido.

Isso é um ponto artificial da "fotografia" de jogos, se concordarmos que, via de regra, os cenários são construídos para serem belos ou otimizados visualmente dentro do gênero que o jogo é embutido, então seriam situações "perfeitas" de condições que não se encontra normalmente no que você chama de realidade.

No outro lado da colher (hehe) eu também fico pensando que, exceto o que está na natureza, o ser humano não deseja, sempre, construir ao seu redor suas representações belas para o seu contexto? Um edifício, um jardim, uma cadeira, um parque, até a forma geral de uma cidade, se vista de cima, teria o seu grau de controle, exceto os elementos da natureza.

Se é assim, nossa realidade que contém muitos elementos artificialmente construído, do ponto de vista conceitual, não seria tão diferente do ambiente construído nos jogos, previamente planejado como belo.

Lucas Haeser disse...

Falou bonito Alexo! Também acho que um mundo virtual pode ser considerado só mais uma "coisa" construída pelo homem. Não está fora da realidade, faz parte dela.

Mas será que é só isso? Um mundo virtual não é apenas o "objeto" fotografado, é uma interface. Eu ESTOU lá dentro representado por uma entidade, e é através dela que consego registrar as imagens.

Será que dá pra comparar o trabalho de gravação de um machinima no Halo com o de um diretor de cinema?

Eu gosto de pensar que estamos presenciando o começo de novas formas de expressão artística e que sim, são tão valorosas quanto qualquer outra.

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